ELITE - EPISÓDIO 11 - ESPERANÇA
- utopiashunter
- 30 de jan. de 2016
- 11 min de leitura

NO EPISÓDIO ANTERIOR...
“Quando amar alguém na sua vida, faça o que puder para que ela saiba o que sente, pois um dia pode ser que seja tarde demais.” As palavras penetrantes de Karina Holmes, as últimas que dissera a sua filha, Alice, ficaram guardadas durante anos e agora foram recordadas, num momento que pereceu exato. Oliver Fercondinni, o poderoso magnata e ministro da educação de Elite, avidamente, correu até James Link para lhe alertar sobre a ameaça que estava na School Elite, Samuel Link, seu sobrinho. Com a notícia James provavelmente começou a pensar nas formas de acabar com essa ameaça. Quanto a Alice, ao se deparar com o beijo de Sam e Jenyffer, certamente entendeu um pouco sobre o “tarde demais” nas palavras de sua mãe.
EPISÓDIO 11 – ESPERANÇA
Vim desejar boa sorte! Jenyffer sorriu e abaixou a cabeça. Samuel a abraçou, depois soltou ela lentamente, segurando a mão dela. Quase que involuntariamente eles se beijaram.
Alice, já cumpri com o objetivo! Samuel está à próxima direita! Você está em extremo perigo! Alice sorriu ao ouvir seu schoolpad dizer que Samuel estava perto. Quando virou no fim do corredor se deparou com o beijo de Sam e Jenyffer, foi como uma facada no peito dela. Alice voltou e se escorou na parede com lágrimas nos olhos, ela tentou segurar a vontade de chorar e lentamente foi voltando. Volte imediatamente Alice, você já foi vista! Alice ignorou e deixou a lágrima rolar.
Alice seguia lentamente, chorando, ao mesmo tempo prendendo o choro, o schoolpad dela anunciava perigo sem parar, mas ela parecia não se incomodar com o perigo e ia sentindo um misto de sentimentos. Culpa, por achar que deveria ter falado com Sam sobre o que sentia de uma vez. Raiva, por ver o que viu. Arrependimento, por sair sem avisar Sam sobre o que ouviu Hugo falar. Alice sentia na pele o que sua mãe disse. O tarde demais caia dolorosamente.
Cuidado, Alice! O schoolpad dela gritou.
Você não é dessa ala! O que faz aqui Alice Holmes? Taylor, segurando o braço de Alice, olhou nos olhos dela. Você sabe bem o que pode acontecer por estar aqui! Espera... Por que está chorando?
Não é da sua conta! Agora vai, me mate. Deve ser o que quer! Alice disse, puxando o braço e sendo rude, porém, chorando ainda mais.
Cara, quem é essa aí? Perguntou um dos garotos, que chegava perto dos dois.
Não tenho motivos para te matar, Holmes, entretanto, muitos nessa escola, odeiam sua família, por serem ricos. Taylor puxava Alice, enquanto aquele menino os seguia.
Taylor! Vamos nessa cara, o professor está esperando. Aquele menino gritou, indo atrás de Taylor e Alice.
Sam e Jenyfer, ao perceberem que estavam se beijando se afastaram. Ambos ficaram um tanto sem graça. Jenyfer se encolheu, sorrindo.
Desculpa! Falaram os dois ao mesmo tempo.
Não queria deixar você com vergonha... Sam falava, mas Jenyfer o abraçou de forma pura. Sam demorou um pouco a entender, mas retribuiu ao abraço. Sam sorriu, mas com certa satisfação, como se tudo estivesse se encaminhando de forma correta.
Acho que te amo! Jenyfer apertou Sam, ao dizer aquelas palavras. Samuel sentiu aquelas palavras, com certa dor, demorou um pouco, pensando o que diria depois daquilo.
Então me beija outra vez! Sam disse, segurando ela pelos braços e colocando ela de frente para ele, para que se olhassem nos olhos outra vez. Ela sorriu ao ouvir a proposta, sem hesitar o beijou outra vez.
Taylor conduziu Alice até o limite da ala leste.
Por que você me ajudou? Alice perguntou ao atravessar a fronteira.
Não acho justo que te matem sem motivos. Além do mais, é minha amiga de infância. Disse Taylor, sorrindo.
Nem parece um Fercondinni, falando dessa maneira. Alice virou-se secando as lágrimas. Obrigada, Taylor! Ela andou em direção ao prédio, enquanto Taylor a observava com um sorriso estampado no rosto.
+++
Ivan Holmes subia as escadas do palácio. O chamado Palácio de Elite era como um condomínio, com três prédios, o mais luxuoso e detalhado em ouro, era a mansão de Xavier, onde ele morava sozinho. Lá tinha oito quartos, duas suítes, uma enorme biblioteca, uma sala de jantar enorme, toda em ouro, uma sala de estar e muitos outros cômodos, muitos lugares que Xavier nem mesmo usava. Os outros dos prédios eram moradias dos ministros, o Globo Fun Palace, que era o salão de festas que ficava na cobertura de um deles e também setores de administração do palácio. Os ministros tinham apartamentos de luxo lá, mas não eram obrigados a morar ali. O próprio Holmes não morava lá, já James tinha o maior apartamento entre os ministros.
Naquele dia havia sido marcada uma reunião de emergência e Ivan estava atrasado. Ele corria, mas mesmo assim ao entrar na sala, já havia começado a reunião com James Link. A pauta era a ameaça de rebelião que poderia acontecer se Alice Holmes não cumprisse rapidamente o que combinara na última vez que foi ali. Ela devia atrair Samuel para a ala norte, para que pudessem o matar lá, de modo que a lei não poderia se envolver, já que ele fora de seus limites infringiria a lei e estaria fora dos cuidados de sua ala.
Bom que chegou Holmes! Que posso lhe avisar pessoalmente. Sua filha agora tem duas semanas para cumprir com aquele acordo, ou terá que pagar a multa. Disse James Link, com certa arrogância.
O que? Deram um mês! Ivan sentou-se já segurando àquela informação. Calma aí, vocês não vêem que são crianças, todos esses anos, destruímos crianças. Quem ta dando certo, depois de passar o trauma de matar, ou ver algum colega morrer?
Chega a emocionar você falar assim Holmes! Esqueceu que tudo isso é intencional. Fazemos dar certo quem a gente quer e quem se revolta, lá mesmo morre. Sempre foi assim. Deve estar com medo, já que sua filha é bem revoltadinha. Titio está se chateando com ela, James mais ainda! Disse Oliver Fercondinni, que além de ministro, era sobrinho do rei, de consideração, já que a família de Xavier era desconhecida. Fercondinni era filho de um jovem que Xavier conheceu na adolescência e cresceram juntos. Desde Guilhermo era assim e sempre será! Disse Oliver soprando a fumaça do charuto. Guilhermo foi o primeiro rei de Elite, ele junto de Xavier fundou esse, que eles chamaram de “sobremundo”.
Duas semanas? Ivan se desesperou, pois sabia que Alice não faria isso tão rápido.
Isso duas semanas, Holmes! James ordenou. Ivan respirou fundo e sacudiu a cabeça consentindo, mesmo inconformado e com medo de ter de pagar a multa de Alice e ficar pobre. Assim seja!
Ao termino da reunião, Ivan saiu do prédio e se encaminhou até seu apartamento do palácio. Ele começou a quebrar algumas coisas lá. Vou matar esse desgraçado! Gritava ele, tacando um vaso no chão. Não quero ficar pobre! Não posso! Droga! Ele parou ao perceber que o telefone tocou. Pode falar!
É a Úrsula! Tem uma senhora, que deseja falar com o senhor! Ela ligou para o palácio, deseja atender? Perguntou Úrsula. Ivan pensou um pouco e tentou raciocinar.
Uma senhora? Não tem nome? Perguntou ele.
O nome é Arícia! Respondeu Úrsula. Ivan, assustado, se sentou no estofado enorme do apartamento. Posso transferir?
Deve! Respondeu ele com certo espanto. Segundos depois ele ouviu a respiração do outro lado da linha. Arícia?
Ivan, eu preciso que venha até minha casa. Sua filha precisa de você! Disse Arícia, enquanto via Kath e Lívia montando um antigo quebra-cabeça.
+++
Samuel se encaminhou para um galpão, que tinha o nome de SSDE (Escola de Segurança e Defesa de Elite). Tinha algumas salas, mas o caminho de Sam era rumo a uma espécie de quadra, que tinha as arquibancadas protegidas por vidros e o lugar era conhecido como “O Aquário”. Ao chegar lá todos os alunos estavam vestindo a mesma roupa que ele e ouvindo as ordens do professor Gutemberg Ohio. Olhar os outros jovens da turma assustou Sam, já que a maioria já tinha porte tipo atleta. Samuel não era muito magro, também não chegava a estar acima do peso, ele não tinha um corpo de atleta e ainda estava a desenvolver seus músculos. Ele se achou um tanto engraçado no meio dos outros alunos, mas sua auto estima estava em dia, já que a menina mais cobiçada por muitos garotos olhava somente pra ele. Sam começou a pensar que não era tão feio, quanto imaginava. Ele tinha um cabelo num tom caramelo escuro e os olhos eram castanhos claros. Ao ver Jenyfer dar tchau, ele piscou e se encheu de orgulho.
Então, esse é o primeiro contato que terão com o aquário. E essa é a primeira prova. Quando eu acionar o apito os chamados insetbots, que são espécies de insetos eletrônicos, serão soltos. E o que devem fazer? Destruí-los! A cada insetbot destruído vocês recebem 3 pontos, que estarão naquele placar ali. O problema é que cada vez que eles tocam nessas roupas de vocês perdem um ponto, ou seja, destrua-os antes que eles toquem em vocês. O que usarão? Armas eletrônicas aparecerão, peguem antes de seus concorrentes. Explicou Ohio, com um satisfatório sorriso no rosto.
Mas e se não soubermos atirar? Perguntou Richard. Que também fazia parte dessa turma.
Meu caro, senhor Shaw! Como filho de um grande detetive, devia saber! Mas enfim aprender na prática é o melhor. Ohio, sempre sorrindo respondeu a Richard Shaw. Como eu ia dizendo. Ao fim dessa prova que tem duração de cinco minutos, os três alunos que tiverem maior pontuação, ganham quinze pontos no quadro geral de pontuação da escola. Quem ficar entre a quarta e a sexta colocação, ganha dez pontos e quem ficar entre a sétima e a nona colocação, ganha cinco. Os três piores perdem dez pontos e começam o ciclo negativo. O ciclo está iniciado alunos! Ele levou o apito à boca e todos começaram a se espalhar no aquário.
Jenyfer que estava na arquibancada ao lado de Tatiana e Ivy, desceu correndo até o vidro e escreveu com uma espécie de canetinha “Eu acredito em você, Sam!” e desenhou um coração ao lado. Samuel sorriu, mandou um beijo para ela. No mesmo instante Ohio apitou e diversos bichos estranhos do tamanho de bolas de futebol começaram a voar em direção aos alunos. Um deles veio direto para Samuel, ele tentou correr, mas o jeito foi se jogar no chão, mas foi inútil, o bicho tocou nele mesmo assim e foi como a picada de uma abelha, era uma dor artificial. Uma arma apareceu na frente dele, porém, outro aluno correu e pegou antes dele.
Vai Sam! Jenyfer cerrou os punhos e levou ao queixo.
Outro inseto voou e jogou Samuel no chão, o fazendo curtir um pouquinho a dor toque do insetbot ali mesmo, caído. Samuel já tinha dois pontos negativos, enquanto Taylor era o primeiro colocado com doze pontos e Luan, outro aluno da turma de Sam, estava em segundo com onze. Sam se jogou em cima de uma das armas que apareceu e vários insetbots voaram e pousaram em Sam. Quando eles saíram de cima dele, o placar já marcava sete pontos negativos. Ele apontou a arma para um deles e atirou, mas o laser se voltou para ele, porém, não o feria e foi menos um ponto para Sam. Dois minutos já tinham se passado. Então outros três insetbots vinham até ele, mas agora ele os acertou de forma impensável. Uau! Sam agora tinha um ponto e Taylor tinha 21 pontos.
Vai Sam! Jenyfer gritou. Ele olhou para ela e outro insetbot o acertou, mas ele acertou os outros dois que vinham.
Um exame de insetbots voou até Sam, mas ele conseguiu acertar três deles e Taylor o ajudou acertando mais oito e indo para uma marca incrível de 44 pontos, ficando nove pontos acima do segundo colocado e Sam foi a 11. Faltando trinta segundos, Samuel esquivou-se de quatro insetbots e acertou três deles e foi atingido por um. Ao fim dos cinco minutos o quadro sumiu, ficou carregando o resultado final. Taylor fechou com 50 pontos na primeira colocação, o segundo colocado com 39 pontos foi Luan e Alina ficou em terceiro com 38. Enquanto isso Samuel ficou seis posições a baixo dos três primeiros colocados, com 19 pontos. Não ganhou e nem perdeu ponto no quadro geral. Ao fim da prova os vidros que separavam o aquário da arquibancada desceram e Jenyfer desceu a para abraçar Sam e o beijar no meio da quadra, para que todos pudessem ver.
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Charlotte depois de sair do quarto de Gabriel, o esperou no pátio, mas ele não apareceu, ela foi cumprir suas aulas e voltou ao pátio. Ela esperava que ele fosse aparecer de alguém lugar. Cadê esse louco? Ele não teria coragem de se matar, eu espero! Charlotte ficou aflita enquanto via os alunos que estavam saindo da SSDE. Samuel estava saindo abraçado com Jenyfer, então Charlotte correu em direção à multidão, para falar com Sam sobre o sumiço misterioso de Gabriel, mas ela se perdeu no meio de tantos outros alunos maiores que ela. Ah! Isso não é justo! Ah! Charlotte gritou ao ser esbarrada por um dos “gigantes”, quando estava a cair no chão...
Sempre nos encontraremos assim? Richard a segurou, os olhos da menina piscaram freneticamente. Encontrou seu amigo?
Amigo? Que amigo? Eu... Ah não! Não, eu não encontrei. Charlotte ficava nervosa e perdia o controle.
Eu avisei a ele que estaria no pátio, mas ele nem deu bola e saiu do quarto, não o vi mais. Richard dizia abrindo o zíper nas costas. Essa roupa é horrível!
Mas não precisa... Ah não! Olha só não é porque você é um lindo, que precisa fazer isso! Dizia ela, enquanto ele ia abrindo a roupa de treino.
Relaxa! Estou de camiseta por baixo! Richard achava graça e tirava a parte de cima do traje, revelando uma camiseta branca, que vestia por baixo da roupa. Já estava ficando vermelha. Disse ele, passando a mão nas bochechas de Charlotte, que se tornaram tomates. Vou te ajudar a encontrá-lo! Só vou ao vestiário, tomar um banho e vestir uma roupa mais apropriada, certo? Charlotte sacudiu a cabeça e o viu ir junto com os outros alunos que saíram do treino. Não sai daí! Disse ele já em voz alta.
Não, eu não saio! Charlotte disse baixinho, sentando-se no banco do pátio e esquecendo-se de falar com Samuel, que certamente já estava no vestiário.
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Lívia ajudava a preparar a mesa do lanche da tarde. Katherine estava muito feliz por saber que sua avó Arícia ajudaria a Lívia e não escondia essa felicidade, ela chegava até a cozinha correndo e abraçando a hospede. Já faria uma semana que Lívia estava ali, o que tornaria a Arícia uma criminosa.
Que bom que você está aqui! Kath abraçou Lívia e levantou a cabeça para o alto para conseguir olhar nos olhos de Lívia. Você vai me esquecer, quando consegui falar com moço que você está procurando? Perguntou Kath.
Eu nunca vou esquecer você! Lívia se abaixou. Mesmo se tudo der certo ou errado, você é um anjinho que vou sempre lembrar e guardar no meu coração. Ok? Agora Katherine abraçou mais forte a Lívia.
Lívia, eu entrei em contato com o Ivan. Arícia chegou à cozinha, escorando-se na pia sorrindo. Ele está a caminho!
Meu pai? É ele que você está procurando, Lívia? Ele vai vir aqui? É sério vovó? Katherine ficou radiante. Enquanto Lívia admirada abraçou Arícia.
Falei que Kath precisava dele, ele não hesitou disse que estaria aqui ainda hoje! Explicou Arícia. É provável que ele já esteja perto.
Eu vou ver meu pai? De verdade vovó? Katherine estava encantada com a ideia. Eu posso colocar aquele vestido lindo? A menina pulou de felicidade e ao Arícia concordar ela correu para o quarto dela.
Não sei como agradecer a senhora. Dizia Lívia, quando a campanhinha tocou. As duas olharam acreditando que fosse Ivan. Será que é ele?
É provável! Respondeu Arícia, andando em direção a porta. Ela olhou pela telinha que tinha próximo a porta que mostrava a imagem da câmera que ficava na porta. Lívia se esconda rápido!
O que? Por quê? Lívia entrou em certo desespero.
Fuja pela porta dos fundos! Agora Lívia! Gritou Arícia, enquanto começaram a bater na porta com força.
Lívia correu, derrubando algumas coisas e tropeçando nos brinquedos de Katherine que estavam no chão do corredor, ela foi para a cozinha.
Aqui é da PROPEC! Abra a porta ou teremos que agir com violência! Gritou um dos homens. Arícia fechou os olhos e suspirou, então abriu a porta e colocaram a arma na cabeça dela.
Onde está a imigrante? McGuire entrou e passou por Arícia, que estava com a arma de um dos soldados na cabeça, os outros invadiram a casa e começaram a procurar. Eu não quero, perguntar outra vez! Eu sei que não cumpriu com o que combinou comigo, não a matou e ela ainda está aqui. Aonde? McGuire já estava gritando.
Lívia saiu pela porta de trás, antes que um dos soldados chegasse até os fundos da casa para cercar. Ela correu para a floresta e se escondeu entre as árvores, mas em um lugar que conseguisse ver o que acontecia. Dava para ver que Arícia estava sendo ameaçada de morte, então ela conseguiu ouvir o grito de Katherine, pedindo para que soltassem a sua avó. É tudo culpa minha! É tudo culpa minha! Ela olhou e viu que um carro preto e luxuoso apontava na rua e chegava próximo a casa de Arícia. Então Ivan Holmes desceu do carro, correndo. É ele! O senhor Holmes! Então antes que Holmes entrasse na casa, o disparo de uma arma pôde ser ouvido. Os poros de Lívia pularam e os olhos se inundaram com o som do grito de Katherine.
C O N T I N U A...
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