ELITE - EPISÓDIO 04 - SEM VOLTA
- utopiashunter
- 9 de out. de 2015
- 11 min de leitura

NO EPISÓDIO ANTERIOR...
Lívia conseguiu uma recepção surpreendente e acabou se livrando da morte. Sam e Gabriel tiveram seus últimos momentos com suas famílias e se encaminharam para a segunda etapa do SGL. Ao chegarem até lá se depararam com o que seria uma luta pela vida.
EPISÓDIO 04 - SEM VOLTA
Samuel voltava para sua casa, olhando para o chão. Quando viu onde estava ele se assustou, olhou para trás e não via ninguém. Ele subia a rua sozinho e o céu estava cinzento. O que estou fazendo aqui?A segunda etapa da SGL, eu tinha que estar lá, mas o que aconteceu? Eu não posso voltar agora! Ele olhou para trás e percebeu que estava quase em casa e ele começou a ouvir gritos que vinham exatamente da sua casa. Um som alto de um disparo de arma de fogo, que pareceu atingir ele, pois seu peito sentiu a dor enorme e seus olhos inundaram. Samuel correu, abriu a porta com muita pressa. Mãe! Mãe! Ele correu para o corredor para o quarto de Clarisse e Jensen, porém não estavam lá.
Sam! Sam! Estou com medo! A voz de Lucas em desespero, em gritos, chamava vinda do quarto de Sam. Desorientado Samuel, empurrou sua porta e espontaneamente ele caiu ao chão, pois a imagem que viu o derrubou.
Clarisse estava morta, caída ao chão e Lucas, que estava abraçando ela e chorando compulsivamente, era puxado por Jensen pelos cabelos. Jensen segurou Lucas pelo pescoço e colocou a arma na cabeça do menino.
Moleque burro! Moleque burro! Jensen olhava com ódio para Sam, que colocou a cabeça no chão. Você é burro! Então quando Sam abriu os olhos, a folha estava lá ensanguentada, mostrava a mensagem: “Você está reprovado!”.
O que? Não! Não! Sam bateu com as mãos no chão. Então outro disparo foi feito. LUCAS! Samuel gritou, se levantando e correndo, com lágrimas escorrendo e o rosto vermelho.
SAM! NÃO! Ele ouviu aquele grito.
Momentos antes...
Está pronto, “top three”? Perguntou Hard, que chegou esbarrando em Samuel e parando ao lado dele.
O primeiro portal está aberto! Gritou o robô.
Sam olhou nos olhos de Hard. Nunca estive tão pronto!
Todos correram enlouquecidos, pois pelo que foi explicado seria como uma corrida. Hard jogou o corpo em cima de Sam, que caiu e quase foi pisoteado por outros candidatos. Ele se viu ficando para trás e quando olhou boa parte da multidão passou. Enfim ele conseguiu se colocar de pé. Então que cerca de cinco ou seis jovens estavam se contorcendo de dor no chão. Quando se deu conta, ele estava ficando para trás, muitos já estavam dentro do primeiro salão. Ele correu, mas acabou sendo um dos últimos a entrar.
Uma tela que ficava acima do próximo portão, anunciou que o primeiro acesso estava encerrado. Então automaticamente o primeiro portão começou a se fechar, porém, uma menina corria para tentar entrar.
Não! Gritou Samuel, pois não daria tempo e ela seria esmagada, por aquele portão de aço grosso e que se fechava com alta velocidade. A menina esticou o braço e Sam gritou junto com ela, pois pôde ver o sangue escorrer pela brecha, entre aquelas enormes placas de ferro. Sam fechou as mãos e levou ao rosto, gemendo de dor, pelo que viu. Outros jovens que estavam no salão e viram a cena se desesperaram como Samuel.
A tela anunciava: “RESTAM 281 CANDIDATOS”.
Gabriel procurou com Sam, porém só encontrou em seu caminho, o ameaçador Kim. O jovem que tinha o nariz furado e uma tatuagem que saia do seu tórax e chegava até sua bochecha. Ele era um tanto maior que Sam e Gabriel. Ele chegou à Gabriel e o empurrou levemente.
Nos reencontramos, não é, meu amigo? Agora aqui você não vai fugir mais. Kim segurou-o pela gola da camisa. Gabriel, porém, cuspiu no rosto dele e o empurrou.
Agora sem armas, não tenho medo de você! Gabriel o encarou. Kim deu um soco na cara do menino, que caiu e Kim começou a chutar ele. Os outros candidatos começaram a se contaminar e brigas começaram a acontecer dentro daquele salão fechado. Sam evitou se envolver e se encostou ao canto.
Isso é horrível! O que eles ganham fazendo isso? Gritava uma menina, que chegou ao lado de Sam. Ela era baixa e tinha os cabelos pretos até os ombros.
Fica aqui! Disse Samuel.
ATENÇÃO! Uma estrondosa voz surgiu junto com fortes luzes que saíram do teto, daquela enorme sala de aço. Todos pararam as brigas, gritando e tapando os olhos. A indisciplina é um fator que deveria desclassificar a muitos, porém, agora fiquem avisado, tudo em Elite é Ordem! Esperem as instruções e reservem energia para o que há de vir, desonrados! Todos ficaram em silencio e as luzes se reduziram. Dentro de alguns segundos quero que todos se encaminhem a essas portas que estão se tornando visíveis no salão. Luzes azuis desenhavam as entradas, que estavam ocultas. Lá entraram em grupo e se vestiram conforme o indicado. Lá também encontraram um capacete que cobrirá toda a cabeça de vocês, devem colocá-lo. Quando todos os candidatos voltarem ao centro desse salão, o próximo portão se abre e estarão na Arena. Também poderão escolher qual acessório levarão para os próximos passos. O que escolherem receberão lá, do outro lado da arena, na entrada da ponte Scrool, onde aí sim lutarão pelas vagas. Tudo para ser o melhor!
Quando a voz encerrou a apresentação das instruções, todos iam se encaminhando desesperadamente em direção as portas.
Quem fez isso com você, Gabriel? Gabriel chegava para ir junto de Sam para uma daquelas portas.
Aquele mesmo babaca que queria me matar. Daquele trio de loucos. Meu pai disse para eu não mostrar medo, eu não mostrei, mas tive muito. Vai ficar tudo bem! Temos que ir. Gabriel correu até uma das portas e Samuel foi com ele.
Os capacetes estavam ordenados em prateleiras de vidro que ficavam no corredor que dava acesso a sala de acessórios, onde todos, mesmo alguns com vergonha, iam mudando suas roupas, colocavam as que indicavam na imagem. Era padrão, todas em um tom de azul escuro.
Além de passar por tudo isso, tenho que usar uma combinação dessas? Pra que tudo isso? A mesma menina que se escorou na parede com Sam, chegava a ele novamente. Eu sou Charlotte de Albuquerque! Fui oitava colocada na prova. Achei que seria só aquela prova horrível, mas para variar não.
Sam não deu muita atenção a ela e começou a trocar sua roupa ali mesmo, como todos. Charlotte já estava terminando de se aprontar e sair em direção ao centro do salão. Samuel e Gabriel começavam a se vestir rapidamente.
Os acessórios! Alertou Gabriel. Eles deveriam escolher em um monitor, apenas selecionando acessórios que outros não tivessem escolhido. Ele escolheu uma pistola, das mais comuns e antigas. Depois ele correu para o salão.
Não tem mais nenhum acessório para escolher aqui! Disse Sam, quando percebeu que todos os acessórios estavam escolhidos. Sam olhou para ver se Gabriel tinha o esperado e percebeu que só faltava mesmo ele. Eu preciso chegar lá! É uma promessa! Eu não posso morrer. Pensou ele, ao lembrar-se de sua mãe e irmão que o esperava em casa. Ele cerrou os punhos e foi.
Ao passar outra vez, ele pegou o ultimo capacete. Ao colocar àqueles capacetes, eles cobriam automaticamente a cabeça por inteiro e duas presas se agarravam abaixo do queixo. A visão de dentro dos capacetes era normal, como senão estivesse com nada a frente dos olhos.
Quando Samuel chegou ao salão. O portão se abriu. Todos correram desesperadamente e Samuel foi ficando para trás, até perceber o que estava acontecendo ele se viu atrás de todos outra vez, dessa vez ele correu, mas quando estava prestes a chegar ao segundo portão, o de acesso a Scrool, Samuel deu de cara com a porta fechada. NÃO! Gritou ele, batendo desesperadoramente naquele portão, até que homens de preto correram até ele. O que vão fazer comigo? O que vão fazer? Não! Samuel se descontrolou e eles injetaram algo nele. Então sua visão começou a embaçar até escurecer por completo.
Samuel estava sendo deixado pelo mesmo carro na rua da sua casa. Quando viu onde estava ele se assustou, olhou para trás e não via ninguém. Ele subia a rua sozinho e o céu estava cinzento. O que estou fazendo aqui?A segunda etapa da SGL, eu tinha que estar lá, mas o que aconteceu? Eu não posso voltar agora! Ele e percebeu que estava quase em casa e ele começou a ouvir gritos que vinham exatamente dos quartos de sua casa. Um som alto de um disparo de arma de fogo, que pareceu atingir ele, pois seu peito sentiu a dor enorme e seus olhos inundaram. Samuel correu, abriu a porta com muita pressa. Mãe! Mãe! Ele correu para o quarto de Clarisse e Jensen, porém não estavam lá.
Sam! Sam! Ajuda a mamãe! A voz de Lucas em desespero, em gritos, chamava vinda do quarto de Sam. Desorientado Samuel, empurrou sua porta e espontaneamente ele caiu ao chão, pois a imagem que viu o derrubou. Clarisse estava morta, caída ao chão e Lucas, que estava abraçando ela e chorando compulsivamente, era puxado por Jensen pelos cabelos. Jensen segurou Lucas pelo pescoço e colocou a arma na cabeça do menino.
Moleque burro! Moleque burro! Jensen olhava com ódio para Sam, que colocou a cabeça no chão. Você é burro! Então quando Sam abriu os olhos, a folha estava lá ensanguentada, mostrava a mensagem: “Você está reprovado!”.
O que? Não! Não! Sam bateu com as mãos no chão. Então outro disparo foi feito. LUCAS! Samuel gritou, se levantando e correndo, com lágrimas escorrendo e o rosto vermelho.
SAM! NÃO! Ele ouviu aquele grito.
Tudo escureceu novamente e Samuel se lembrou da ultima imagem que teve de seu pai antes de ir para a segunda etapa do processo seletivo, lembrou-se da ultima vez que seu pai retribuiu o seu abraço, quando ele ainda era uma criança. Ele lembrou até mesmo da ultima vez que ouviu seu pai dizer que o amava, através de vídeos, quando ele ainda estava no ventre. Eu te amo, pai! Pensou ele. Então ele abriu os olhos e viu Jensen apontar a arma para ele. Seus poros pularam em nervosismo. Ele começou a chorar. Jensen engatilhou a arma mais uma vez.
SAM! NÃO É VERDADE! Gritou Gabriel, arrancando o capacete da cabeça de Samuel. Sam caiu de joelhos, com as mãos na cabeça, chorando. Gabriel abaixou, segurou os ombros do amigo. Olha para mim, Sam! Era tudo ilusão que aquele maldito capacete estava gerando na sua mente. Acorda! Não quero te deixar aqui cara! Vamos! Gabriel insistia e Sam continuava com as mãos na cabeça, chorando. Vamos cara! Gritou o amigo, desesperado. As vagas para a próxima etapa estão acabando, Sam! Acorda! Sam tirou as mãos da cabeça e piscou os olhos algumas vezes, olhando para Gabriel. Vamos cara! Seja lá o que for que você estava vendo, não era verdade.
Gabriel? Eu não fiquei reprovado? Sam ainda um pouco desnorteado, olhava para os lados e via vários jovens em alucinações que o faziam ficarem caídos se contorcendo. Era por conta disso que muitos voltavam loucos.
Não cara! Era tudo ilusão! Foi fácil para mim cara! Porque não fui criado com tantos medos e problemas. Eu juro a você, que eu já estava passando por aquele portão, mas lembrei da sua história, de tudo que você vive, com sua família. Eu não podia te deixar aqui! Gabriel estava com os olhos cheios de lágrimas, mas se controlava para não chorar. Agora, levanta daí e vamos, porque muitos estão conseguindo se livrar também.
Sem mais choros, irmão! Vamos! Os dois correram e passaram pelo segundo portão.
Ao passar a pistola que Gabriel selecionou, apareceu numa abertura na parede de aço da Arena, porém, Sam não selecionou nada e estava totalmente desarmado.
Por que isso? Perguntou Sam, ainda um tanto alucinado, olhando para a pistola, que Gabriel pegava.
Não sei, era o ultimo acessório lá! Não sei nem usar. Respondeu Gabriel, colocando no bolso.
Eles estavam na Scrool agora, a ponte Sem Volta. Até então eles achavam que a província que moravam era a mais próxima de Elite, porém, viram daquela ponte que se erguia por cima de casas de madeira e até piores que as que viam na província deles. E logo que essas casas acabavam, podiam-se ver os dirigíveis de Elite, aeronaves que cortavam os céus, por cima de prédios enormes e que brilhavam com a luz do sol naquela tarde. Era um contraste que mostrava com clareza a realidade, a desigualdade que se levantou sobre o planeta. Eles paralisaram por alguns segundos vendo aquela cena. Apenas uma grade elétrica separava aquela província pobre das terra de Elite e o que unia os dois extremos era a Ponte Scrool.
Monitores estavam instalados a cada 20 metros em postes que cercavam a ponte e eles anunciavam o numero de vagas ainda disponíveis. Ainda restavam as cem vagas. Gabriel tocou no braço de Sam e os dois começaram a correr e já podiam ver alguns jovens que corriam. Então uma flecha passou cortando a orelha de Gabriel. Ele olhou pra trás e tinha um cara que atirava flechas, uma após outra.
Pro chão, Sam! Gritou Gabriel, então os dois se jogaram ao chão e varias flechas voaram por cima dos dois. Corre! Os dois se levantaram e voltaram a correr. Elizabeth estava à frente lançando outra concorrente de cima da ponte.
Ora, ora, ora! É agora que vai acabar o sonho para você! Ela sacou uma arma a laser, mais recente. Não quero mais um passo a frente! Disse ela, sorrindo sarcasticamente. MORRAM! Elizabeth gritou e mirou, porém, ela fora atingida por uma arma de choque e se debateu, caindo ao chão. Charlotte estava por trás dela e foi quem disparou.
Me agradeçam depois, moços! Disse ela, piscando o olho e voltando a correr.
Sam olhou para Gabriel sem entender. Os dois voltaram também a correr. Eles tentavam se desviar das outras pessoas que lutavam, para passar as outras. Os monitores começavam a anunciar que as vagas começavam a ser ocupadas. Jovens corriam enlouquecidos.
O jeito é não se distrair e nem parar por nada! Gritou Sam, quando um projétil de uma arma de fogo passou raspando em sua perna. Ele caiu, gritando. Enquanto Hard, que estava a frente dele, quase na fronteira, voltava para matar Samuel.
Deixa o meu amigo! Gabriel gritou puxando a pistola, porém ele não sabia segurar e demonstrava isso. Nunca peguei uma coisa dessa antes.
Eu tento entender como um lixo como você conseguiu passar e chegar até aqui! Hard se aproximava, gargalhando e falando aquelas palavras duras. Enquanto Kim pegou Gabriel pelas costas e o lançou na cerca de pedra da ponte. Afastando ele de Sam e Hard.
Vários jovens atravessavam a fronteira, inclusive Charlotte que parou do outro lado de um laser, para ver se Sam conseguiria atravessar. Vai, menino! Disse ela. Aquele laser detectava quem tinha a vaga, se ela, ou qualquer outro aluno que tiver a vaga, até mesmo os inscritos já em Elite, passassem por aquele laser para a ponte, perderiam sua vaga. Ela cruzou os dedos e levou a boca.
Acabou, desgraçado! Hard empurrou Sam, que caiu e ficou pendurado a algumas grades da ponte. A dor na perna e o medo de cair ali e morrer, se uniam ao desespero de entrar em Elite. Implora pela vida! Por favor, me deixa ouvir isso, vai! Tirou onda comigo, riu da minha cara, porque foi melhor? E agora em? O que me diz? Falava Hard, sarcasticamente, enquanto Sam ia tentando vencer o medo e se segurava com os dedos. Restavam apenas quatro vagas a essa altura.
Kim batia em Gabriel, sem pena. O menino ia, sutilmente, colocando a mão nas costas, pois ele havia caído em cima da pistola, que levara. Hard! As vagas! Gritou Kim, parando de chutar, Gabriel e correndo em direção ao laser. Então com as mãos tremulas e muito medo, Gabriel pegou no bolso a pequena pistola e disparou. Kim caiu a pouco mais de um metro do laser, que o colocaria em Elite. O menino, que chorava em desespero, levantou correndo, se sentindo algo horrível, por ter atirado em uma pessoa. Ele ia em direção ao laser da fronteira, e olhava atônito para o telão acima da passagem com o laser. Restavam três vagas.
Implora pela vida! Eu quero ouvir! Gritava Hard, apontando aquela arma para a cabeça de Sam. Outros jovens ainda tentavam chegar ao fim da ponte, alguns já estavam em seus limites e iam mesmo se arrastando. Então uma vaga a mais apareceu, eram três, agora o telão anunciava quatro vagas, outra vez. Alguém passou de Elite para a ponte. Adeus! Disse Hard, quando passaram se jogaram em cima dele.
Samuel não estava mais conseguindo se segurar, ele soltou uma das mãos, mas antes que pudesse soltar a outra, alguém o segurou. Ele olhou nos olhos dela e seu coração pareceu parar.
C O N T I N U A...
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E para o próximo episódio #EliteEp5
Se não leu o episódio anterior, chega mais: EPISÓDIO 03 - ACEPÇÃO
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