ELITE - EPISÓDIO 06 - CONSEQUENCIA
- utopiashunter
- 19 de out. de 2015
- 11 min de leitura

NO EPISÓDIO ANTERIOR...
Samuel é salvo por uma jovem de Elite, Alice Holmes, a mesma por sair costumes naturais dos cidadãos da poderosa terra, começa a ser visada pelo rei Xavier e seus homens, inclusive Ivan Holmes, pai da menina. Sam perde sua heroína de vista e começa a receber as instruções necessárias para entrar para a School Elite. Ao chegar lá se vê de frente a um caminho rumo à vingança que ele crê que salvará sua família, esse caminho é Jenyfer Link. Alice é encontrada e levada a estar diante do rei e de seus homens e seu pai Ivan é ordenado a pensar no como castigar a filha, perante os seus aliados.
EPISÓDIO 6 – CONSEQUÊNCIA
Sam e Gabriel vão com seus schoolpads, entrando em um dos prédios da ala leste, em direção a seus quartos. Gabriel vai olhando para seu schoolpad e torcendo para ficar próximo ou, de preferência, no mesmo quarto que Sam.
Vire à esquerda e siga para o quarto 101. Anunciou o schoolpad de Gabriel.
Ah! Fala sério, Carlão! Gritou Gabriel desapontado. Parando com Sam em um cruzamento de corredores do quinto andar do prédio C da ala leste, este que tinha sete andares. Vamos mesmo ficar longe, brother! Gabriel não escondia sua frustração.
Fica tranquilo, Gabriel! Podemos sempre estar juntos mesmo assim. Eu acho. Alias isso aqui é bem grande e temos muita coisa para conhecer. Sam tentava tranquilizar o amigo. Vai lá, encontra seu quarto, depois nos encontramos lá embaixo, para descobrir mais por aqui.
Ok, então! Respondeu Gabriel, que estava aparentemente abatido.
Samuel seguiu reto, seguindo o que seu schoolpad indicava. Ele ia apenas com a pasta em mãos até que percebeu que estava chegando ao fim do corredor. Onde tinha uma planta, quase que sem vida, que ficava a frente de uma enorme janela de vidro, que sozinha iluminava o corredor durante o dia. Então ele chegou ao quarto 113, o penúltimo do lado esquerdo do corredor. Sam foi abrindo a porta, lentamente.
Alguém aí? Dizia Sam, enquanto ia empurrando a porta.
E aí? Gritou um jovem, saindo de trás da porta e assustando Sam. O quarto tinha o dobro de tudo. Era quase tudo no quarto na cor azul com detalhes pretos. A cama, os lençóis e guarda-roupas. O chão tinha grandes mármores brancos, com detalhes azuis, chegava a brilhar com os reflexos das luzes. Os dois lados do quarto em perfeita simetria. Sou Taylor Jhones, pelo jeito e pelo que consta aqui nessa telinha na porta, seremos colegas de quarto. Vou logo avisando! Escolhi meu lado, porque cheguei primeiro. Brincadeira! Tem nossos nomes no painel na porta do armário.
Sou Samuel Link! Qual é...
Como eu disse tem um painel, ele é eletrônico e tem seus dados. Só passar o cartão e abrir! Taylor interrompeu Sam, antes que ele terminasse a pergunta.
Samuel caminhou até o lado que estava mais arrumado e pôde ver o painel, que tinha realmente seu nome; idade, 15 anos; altura, 1 metro e 75 centímetros; peso; 62 quilos e diversas outras informações, além de tudo ainda era um espelho enorme. Samuel se surpreendeu ao ver que aquilo, quando ele se aproximou mais, deu mais informações sobre ele, algumas que ele nem mesmo conhecia ao certo, como por exemplo, percentuais de habilidade, que era, segundo aquela fonte 88% e de força apontava 69%. Minha nossa! Sam não sabia o que o assustava mais, se era a pouca força, ou a habilidade desconhecida. Ainda tinha o percentual de inteligência, que era de 89% e o uso de cérebro, que ali apontava 10%.
Assustado com os números, irmão? Perguntou Taylor, se aproximando de Sam. Lá no meu lado só uma coisa me assustou, apontou que sou um jovem normal. Sempre ouvi que sou louco, mas acho que era só brincadeira das pessoas. Sou daqui de Elite, meu pai fabrica carros elétricos por aqui. Você, pela mala, chegou pelo SGL, certo?
Isso aí! Respondeu Sam, abrindo a porta do guarda roupa e vendo que ganhou diversas coisas, como roupas, tênis, acessórios, laptop, relógios. Era tudo novo. Sam foi para a outra porta e tinha mais roupas, porém nos fundos tinha uma espada, em titânio brilhante. Ao lado ainda tinha uma espécie de roupa para esporte e uma arma enorme de mira ao laser, como as que os agentes da PROPEC usam, porém esses itens estavam presos dentro de outra porta que tinha uma proteção com senha.
Pelo jeito, gostaram das suas habilidades. Disse Taylor, sentando em uma espécie de poltrona que ficava ao lado da cama de Sam.
Não sei que habilidades viram em mim. Sam estava espantado vendo aquelas coisas.
Se os percentuais apontaram, há 80% de certeza que é verdade. Ele te avalia na hora. Basta pisar nesse piso em frente ao espelho. Explicou Taylor, sorrindo do espanto de Sam.
Sam! Siga minha indicação, hora da aula de apresentação da sua turma. O schoolpad Jensen anunciou, em alto e bom som.
Coloca aquele fone que está ali em cima. Apontou Taylor para o criado-mudo que ficava do outro lado da cama. Assim seu amigo digital aí não vai precisar anunciar a todos, o que só precisa anunciar a você. Vai por mim, é o melhor! Taylor se levantou e andou em direção a porta do quarto. Vou indo nessa! Somos da mesma turma também! E olha só, não deixa a porta aberta, ela só reconhece e se abre pra mim e para você, mas se deixar aberta, qualquer um entra. Taylor saiu e fechou a porta.
Samuel fechou a porta do armário e andou até o criado-mudo, ao pegar o pequeno fone de ouvido, ele reparou então um porta-retrato digital que aparecia as fotos que ele trouxe em sua pequena mala. Era ele, ainda pequeno, e seus pais. A outra que aparecia era de Lucas com um sorriso enorme. Sam conteve-se para não chorar. Eu vou voltar pra buscar vocês! Ele olhava para o sorriso de Lucas.
Ao colocar o fone no ouvido, Sam sentiu que se fixou na orelha dele e logo ouviu Jensen falar. Assim é bem melhor, Samuel. Garanto que esse fone não prejudicará sua audição e logo esquecerá que ele está aí, porém, falarei somente para que você ouça. Agora não perca mais tempo e vá em direção a sua sala.
Ok! Isso é demais. Disse Sam, admirado com sue schoolpad.
Também posso ouvi-lo muito bem, Samuel. Disse Jensen, o schoolpad.
Pode me chamar de Sam. Disse, saindo do quarto.
+++
Lívia ainda estava trancada dentro da casa da avó de Katherine, a senhora Arícia, pois a fiscalização na área de Hamptom foi reforçada. A menina estava dormindo no chão do quarto de Katherine, que por tanto insistir, conseguiu fazer com que a avó deixasse. Levantar parecia difícil para Lívia, já que seu corpo doía e seus ossos pareciam estar congelando, porque a área de Hamptom é uma das mais frias naquela época. A natureza, depois de tantos anos sendo atacada pelo homem, retribuía com aquele clima desregulado, era tudo com exagero em algumas regiões do planeta. Se for o calor, é em excesso, se for o frio é em excesso. A chuva caia poucas vezes e era a única coisa que não era em excesso. Mesmo que em Central Elite, os homens, de certa forma, tentassem controlar tudo, a área de Hamptom não tinha muito essa proteção e sofria com alguns danos. Lívia só tinha um cobertor, no qual se enrolava, recostando a cabeça em um urso de Katherine.
Bom dia! Dizia a menininha sorridente, abrindo a porta do quarto com um casaco enorme. Já acordei faz tempo! E ainda colhi essas flores pra você. Toma! Katherine entregou algumas flores, com gotículas congeladas e um pouco murchas. Você não faz ideia do como está frio lá na rua. Minha avó brigou comigo, mas tive que ir lá pegar essas flores pra você.
Obrigada, Kath! Lívia sentou-se no chão e sorriu. Ao olhar para a janela do quarto, ela percebeu que tinha várias folhas de papel, enfiadas nas brechas da janela.
Você sentiu tanto frio à noite, que eu acordei e tentei diminuir ele. Katherine abaixou a cabeça como que um tanto triste e chorosa, por ver como Lívia estava. Desculpa, eu queria te dar minha coberta, mas a vovó ia brigar comigo.
Tudo bem, meu amor! Não tem problema, você já me fez tão bem, que não tenho nadinha a reclamar de você. Lívia abraçou a menina e ao soltá-la percebeu que Katherine tinha um sinal no pescoço. Nossa! Esse sinal é igual ao meu. Lívia levou a mão até o pescoço, aonde tinha esse sinal.
Deixa eu ver! Disse Kath, se esticando para ver o pescoço de Lívia. Que legal! Minha avó falou que isso é uma marca para grandes pessoas. Katherine ficou de pé em cima da cama e levantou o braço. Nós somos grandes pessoas!
Você é baixinha! Disse Lívia sorrindo.
Esconda-se agora! Chegou à porta a senhora Arícia, em desespero. Eles estão batendo na porta! Não podem te ver aqui! A mulher pegou Lívia pelo braço e levou ela até uma escadinha de madeira que servia de acesso ao sótão. Suba, feche a porta e fique aí! Disse a mulher, enquanto Lívia subiu rapidamente. A senhora desceu, pois os homens começaram a bater na porta com muita força.
Lívia chegou ao sótão e estava tudo escuro, apenas a luz do dia que entrava por uma janelinha, que estava aberta, iluminava um pouco. Junto com a luz a janelinha aberta permitia que um frio terrível entrasse no sótão também.
Quando a mulher abriu a porta, os agentes da PROPEC invadiram a casa, empurrando-a ao chão, estavam armados. A sargento McGuire, entrou na casa atrás dos outros e ajudou a senhora a se levantar. Vou facilitar para a senhora! A sua vizinha, disse que o filho dela viu uma jovem sair da floresta e entrar na sua casa. O que tem de verdade nisso? McGuire olhava nos olhos da senhora.
Enquanto Katherine, que ouvia os homens subirem as escadas, percebeu que a escadinha de madeira que Lívia subiu ainda estava no corredor. A menina correu e começou a puxar a escadinha, em direção ao quarto dela, ela entrou no quarto, fechou a porta e arrastou a escadinha para colocá-la atrás do armário. Depois ela correu e puxou os lençóis e as coisas de Lívia para debaixo da cama. Os homens da PROPEC começaram a forçar a porta dela, então correu e abriu a porta.
Vocês desejam tomar um chá? Perguntou Kath com um sorriso enorme no rosto e uma de suas xícaras de brincar na mão.
Lívia se encolhia em cima da porta do sótão. Não podem me descobrir! Ela se encolhia mais, então ela percebeu que uma das madeiras da porta começou a parecer se quebrar. Essa não! Ela foi lentamente, engatinhando, para fora da área da porta, então um morcego começou a voar descontrolado no sótão. Lívia deitou e levou as mãos a cabeça. Ela sentiu o morcego passar no cabelo dela e não podia gritar, apenas cerrou lábios. Até que um gato começou a tentar pegar aquele morcego.
Que barulho é esse? Disse um dos homens, olhando para o alto. Ele correu e conseguiu perceber a porta do sótão.
É só o Romeo, o meu gatinho! Kath correu atrás do homem. O outro passou, empurrando a menina no chão e atirou na direção da fechadura da porta. Katherine gritou com medo e tapou os ouvidos.
O que vão fazer com minha neta? Deixa-me ir ver o que estão fazendo. A senhora correu para subir as escadas em desespero. Katherine! Katherine!
Um dos agentes sustentou o outro que subiu e arrombou a porta, o morcego passou e o homem caiu em cima do outro. O gato Romeo pulou nos dois e ficou olhando para o morcego que se agarrou no lustre do corredor. A sargento McGuire, que chegou correndo atrás da avó de Kath, olhou com reprovação para os dois homens.
O que acham que estão fazendo? Levantem-se! Ordenou rudemente a sargento. Os dois homens se colocaram de pé rapidamente. Nós vamos embora, mas se voltarmos aqui será para cumprir com a justiça bruta. Abrigar imigrantes de forma ilegal é crime com pena de morte. Vamos inúteis!
A senhora segurou Katherine, enquanto os dois agentes da PROPEC e a McGuire desciam as escadas. O morcego voou de volta para o sótão, para o desespero de Lívia. Arícia, avó de Katherine, acompanhou pela janela os agentes entrando no carro e saindo em alta velocidade.
Cadê a escada? Perguntou Arícia a sua neta. Kath correu até o quarto e voltou arrastando a escada de madeira.
Eu tirei porque achei que podiam ver a porta do sótão, mas viram mesmo assim. Katherine fazia força, puxando a escada e colocando no lugar. Ei, Lívia! Pode descer! Está tudo bem agora. Lívia se arrastou até a porta e caiu, pois a madeira já estava rachada e com o tiro se quebrou de vez. Lívia! Gritou Katherine correndo, para socorrer a hospede.
Vou avisar uma coisa, garota! McGuire, a sargento da PROPEC é minha amiga e não pude esconder dela que você está aqui, mas implorei para que ela não a matasse, por causa da minha neta. Ela me deu até o fim da semana para convencer você a voltar de onde veio, ou terei que lhe entregar. Dizia Arícia de forma seca, quando viu Kath começar a implorar. Cale a boca! Eu não posso colocar sua vida em risco por uma ilegal. A senhora gritou com a neta, depois se voltou para Lívia. Volte de onde veio, ou saia da minha casa para cumprir com seu plano de procurar Ivan Holmes, mas aqui não poderá ficar mais.
Lívia abaixou a cabeça e silenciosamente chorou, enquanto Kath a abraçava e começava a chorar com ela. Arícia tentava olhar friamente para aquela cena, mas seu peito já sentia a dor de ver que sua neta sofreria, porém, ela virou as costas e andou, com Romeo, o seu gato, seguindo-a.
+++
Ivan Holmes levava sua filha, Alice, no próprio carro para a School Elite. Alice se controlava, porém, estava muito nervosa e a tensão que sentia era grande.
Um mês. É o tempo que tem para cumprir com a ordem do seu povo. Atraia-o para morte e prove ao rei que você não é uma rebelde, ou então perderemos tudo e você ainda poderá perder a vida. Dizia Ivan, enquanto Alice apenas sacudia a perna. Até que o carro parou. Mas não suje suas mãos! Não mate ninguém. Leve-o para a sua área e pessoas da sua equipe farão isso.
Não acredito que você deu a ideia de eu fazer isso. Você acha mesmo que farei? Alice, insatisfeita, segurava suas documentações. Ela seria da turma IC08 e de uma das equipes da ala norte.
Se não cumprir com sua missão sua família estará praticamente pobre e você será presa! O que está pensando? Ivan falava em um tom alto e com grande irritação.
Pouco me importo com o dinheiro, pai! O que me importa é a honestidade da nossa família. Vou ver o que posso fazer, mas de uma coisa tenho certeza, eu sou triste por ser sua filha. Alice saia do carro, enquanto Ivan recostava a cabeça no banco do carro.
Como pôde ser tão parecida com a mãe! Disse Ivan, passando a mão no rosto. Ele ficou um tempo, vendo a filha indo em direção a um dos prédios da ala norte.
Samuel seguia o colega de quarto, que estava um pouco mais afrente. Taylor era do mesmo tamanho de Sam, porém tinha o perfil mais atlético e tinha uma postura melhor. Eles caminharam até o Auditório Geral da Equipe Leste, mas antes de entrar, naquele galpão que mais parecia um teatro, Sam parou na porta e pôde ver Alice sentada em um banco de frente para uma escultura enorme do rei Guilhermo, o italiano que iniciou o projeto da School Elite e morreu no mesmo ano da inauguração na grande rebelião de imigrantes, que aconteceu há 10 anos. Os cidadãos de Elite eram proibidos de falar sobre essa rebelião desde então. Sam reconheceu que aquela era a menina que o salvou. Ele discretamente foi à direção dela.
Sam, você deveria entrar no Auditório Geral da Equipe Leste agora. Anunciou Jensen.
Só preciso fazer uma coisa, antes! Disse Sam, andando na direção da grande escultura.
Alice percebeu que ele estava se aproximando e se pôs de pé. Ela olhou para todos os lados e não havia ninguém por perto, pois todos os alunos, professores e até mesmo a maioria dos funcionários estavam nos Auditórios para a aula inaugural do período. Ela olhava para ele, que andava e já vinha olhando nos olhos dela. O coração dela acelerou e ela cerrou os punhos. A respiração ficou ofegante e começou um frio na barriga.
Oi! Disse Sam, parando de frente pra Alice Holmes.
Samuel, você está fora dos limites. Volte agora! Anunciou Jensen, avidamente. Volte Samuel!
Eu preciso te agradecer! Sam sorriu, olhando nos olhos dela.
Samuel você está em perigo! Gritou o schoolpad, porém, Samuel continuou parado, olhando para a menina, que pareceu ter congelado de frente para ele. SAMUEL!
C O N T I N U A...
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